No final da tarde de sábado , Fátima Lopes faz desfilar a sua colecção de alta alfaiataria masculina, ao que se seguem, pela segunda vez consecutiva no Portugal Fashion, as propostas de underwear feminino desenhadas por Katty Xiomara para a marca Xik.
Depois, o programa prossegue com a Lion of Porches, que regressa ao evento, e termina, nesse dia, de novo com Fátima Lopes, desta feita com as suas mais recentes criações para Senhora. De referir que, para a próxima estação fria, a criadora madeirense desenvolveu a sua colecção tendo o «aquecimento global como inspiração» e, neste contexto, promete «polémica, ousadia, determinação, sensualidade, elegância, um grito de alerta, uma mensagem de esperança...».
Fátima Lopes nasceu a 8 de Março de 1965 na ilha da Madeira. Em 1990 mudou-se para Lisboa, onde, dois anos depois, abriu uma loja com o seu nome. Nesse mesmo ano, 1992, realizou, no Convento do Beato, o seu primeiro desfile. A partir de então, não mais deixou de apresentar as suas colecções em grandes desfiles individuais, tanto em Portugal como no estrangeiro. No passado dia 25 de Fevereiro, Fátima Lopes inaugurou oficialmente a Semana de Prêt-à-Porter de Paris, naquela que foi a sua 17º presença no evento e a sexta com o apoio do Portugal Fashion.
Criadores emergentes descobertos pelo Programa Aliança
Nesta 20ª edição, o Portugal Fashion vai organizar dois desfiles colectivos dedicados a talentos emergentes da moda portuguesa. O primeiro está agendado para sábado, 3 de Março, a partir das 16h00, e inclui jovens designers descobertos pelo Programa Aliança – Bárbara Silva, Elisabeth Teixeira, Ivo Calado, Pedro Pinto e Sónia Pratas – que já estiveram presentes em edições anteriores do Portugal Fashion, tendo o respectivo trabalho vindo a ser consolidado em passerelle e comercializado em showrooms.
Num segundo desfile colectivo, aprazado para domingo, 4 de Março, às 16h00, os primeiros classificados da última edição do Concurso de Design do Programa Aliança – Cristina Miguel, Diogo Miranda, Filipe Trindade e Tany Calapez – cumprem o segundo requisito do certame: depois de terem apresentado uma colecção Primavera/Verão no último Portugal Fashion, em Outubro de 2006, vão agora fazer subir à passerelle do CACE uma colecção Outono/Inverno.
Criado em 2004, o Programa Aliança é o instrumento institucional do Portugal Fashion para apoiar valores emergentes da moda portuguesa. Trata-se de uma iniciativa que proporciona a jovens criadores a oportunidade quer de apresentarem as suas colecções ao grande público, quer ainda de estabelecerem parcerias com a indústria têxtil. A passerelle do Portugal Fashion abre-se, portanto, ao talento de novos designers, cujas colecções são, por seu turno, produzidas em empresas de vestuário nacionais.
A selecção de jovens criadores para o Programa Aliança é realizada de duas formas: através de uma escolha directa, indo, neste caso, a preferência para designers que já actuam no mercado mas não têm ainda uma base sólida de afirmação; ou através de um concurso de design aberto a jovens entre os 18 e os 35 anos, residentes em Portugal e com formação académica nas áreas da moda, confecção e/ou design. Para concorrer é necessário apresentar um dossier reunindo o curriculum vitae, dez croquis e um texto explicando o conceito estético subjacente a cada um dos trabalhos.
O júri do concurso selecciona, numa primeira fase, dez candidatos e a estes dá indicações para produzirem um coordenado, cuja avaliação determinará os quatro vencedores finais. De referir que a apreciação dos participantes tem por base os seguintes critérios: tecidos e materiais propostos; criatividade aplicada nos coordenados; sentido comercial dos trabalhos apresentados; e potencial relação com a indústria têxtil e de vestuário.
Os primeiros classificados no concurso têm entrada directa na segunda fase do Programa Aliança, designada por «Parcerias com a Indústria». Esta etapa compreende um conjunto de benefícios, nomeadamente a já mencionada participação no Portugal Fashion, incentivos financeiros de apoio à criação e meios de divulgação das colecções.
A aposta em jovens criadores é, sem dúvida, um dos pilares da estratégia do Portugal Fashion. O evento da ANJE procura funcionar como alavanca de talentos emergentes, de forma a renovar o panorama da moda nacional, a facilitar a integração de novos designers no mercado de trabalho e a preencher lacunas que empresas do sector tenham ao nível do design. Para tanto, o Programa Aliança foi concebido, precisamente, com o propósito de dar aos jovens criadores a oportunidade de apresentarem as suas colecções ao grande público e estabelecerem parcerias com a indústria.
Ao lançar novas promessas, o Portugal Fashion está também a dinamizar todo o circuito da moda nacional. Mais criadores no mercado significa valor acrescentado para a produção têxtil e um volume maior de actividades promocionais em torno da moda (desfiles, showrooms, feiras, castings…), com tudo o que isso implica em termos de meios humanos (manequins, cabeleireiros, aderecistas, maquilhadores, técnicos de som e luz, fotógrafos…) e materiais.