Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007
34 Colecções em Tenda Gigante
A 21ª edição do Portugal Fashion vai ter lugar na Praça do Eixo Atlântico, junto ao El Corte Inglés, em Vila Nova de Gaia, nos dias 19, 20 e 21 de Outubro. Para tanto será montada uma tenda gigante com 1200 m2 de área total, uma altura de quatro andares e capacidade para 1000 lugares sentados. De resto, a mesma estrutura acolheu a última edição da Passarella Cibelles, em Madrid, pelo que comprovadamente está preparada para receber grandes eventos de moda.
Na passerelle do Portugal Fashion vão ser apresentadas 34 colecções Primavera/Verão (nove de calçado e 25 de vestuário), desenhadas por 12 criadores consagrados, cinco novos designers e 16 marcas (oito de calçado e oito de vestuário).
Do programa do 21º Portugal Fashion destacam-se os desfiles dos criadores Felipe Oliveira Baptista, José António Tenente (Tenente Jeans), Miguel Vieira, Fátima Lopes (Homem e Senhora), Luís Onofre (calçado), Pedro Pedro, Storytailors (Närke), Luís Buchinho (by Jotex), Katty Xiomara (XIK) e Anabela Baldaque (pela primeira vez com a marca Bela Balda), entre outros.
No que diz respeito às marcas, há registar as presenças da Acetato, Concreto, Celtic Jeans, Hermar, ID Values, Paula Borges, Gangsters e X & Y Couture. O desfile colectivo de calçado vai trazer à passerelle do Portugal Fashion as colecções para a estação quente das marcas Aerosoles, Cohibas, Coxx, Dkode, Eject, Fly London, José Reis Design e Sílvia Rebatto.
Ao contrário do que acontecia desde 1995, e apesar da itinerância de alguns desfiles ao longo da história do evento, o próximo Portugal Fashion não se realizará na cidade do Porto, mas sim na margem esquerda do rio Douro. O município de Vila Nova de Gaia vai, aliás, acolher o Portugal Fashion até Março/Abril de 2010, de acordo com um protocolo assinado, em meados de Setembro, entre as entidades promotoras do evento – Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) – e a autarquia presidida por Luís Filipe Menezes.
No protocolo, a mudança é justificada pela necessidade do “Portugal Fashion definir um período mínimo de estabilidade e de confiança na sua localização”. Com base nesta premissa, o município de Vila Nova de Gaia foi escolhido por apresentar, na última década, “uma enorme e consolidada requalificação que fazem dele um dos exemplos de maior dinamismo e de modernização infra-estrutural em termos nacionais”. “Hoje – prossegue o protocolo – “Vila Nova de Gaia já é uma marca líder de toda a Região Norte, concitando um grande reconhecimento e capacidade de atracção de investimento público e privado e que a realização do Portugal Fashion no concelho proporcionará uma oportunidade de promoção nacional e internacional de grande valia para o seu território”.
Alive and kicking
Quanto à 21ª edição do evento, importa ainda salientar que será “Alive” o Portugal Fashion que vai aportar na Praça do Eixo Atlântico, em Gaia, pois este foi o conceito encontrado pelo designer de interiores Marco Sousa Santos para leitmotiv dos desfiles e, em particular, para orientar a decoração dos vários espaços (social, “passerelle”, sala de imprensa e patrocinadores) que a tenda gigante vai acolher.
Tendo como pano de fundo a mediatização da realidade e a confusão entre verdade e ficção, físico e virtual, que tal fenómeno proporciona, “Alive” é, para Marco Sousa Santos, “o pressuposto de uma tendência de regresso ao tempo real e à sua reavaliação. Uma tomada de consciência de que perdemos o controlo da nossa própria realidade quotidiana e que devemos regressar a nós, ao nosso corpo, às nossas acções e correspondentes consequências”.
Neste sentido, “Alive” configura a “necessidade de nos fixarmos no tangível táctil e reafirmarmos a existência do momento real, em directo, susceptível de falhas e surpresas, inequivocamente humano”, explica o designer.
Uma vez mais, o evento privilegiará os desfiles individuais quer de designers, quer de marcas. De resto, o Portugal Fashion vai prosseguir o esforço de aproximação dos criadores à indústria, e vice-versa, apostando em marcas em que o design é claramente entendido como um factor de competitividade e em designers que, sem prejuízo da componente artística que a moda comporta, assumem no seu trabalho uma perspectiva comercial e de marketing.
A intenção é, uma vez mais, ajudar indústria e criadores a evoluírem conjuntamente no sentido de uma aposta clara em novos factores de competitividade, como a qualidade, a inovação e o design.
Por outro lado, nesta 21ª edição vai ser organizado, como habitualmente, um desfile colectivo dedicado a talentos emergentes da moda portuguesa. Ao lançar novas promessas, o Portugal Fashion está também a dinamizar todo o circuito da moda nacional.
Mais criadores no mercado significa valor acrescentado para a produção têxtil e um volume maior de actividades promocionais em torno da moda (desfiles, showrooms, feiras, castings…), com tudo o que isso implica em termos de meios humanos (manequins, cabeleireiros, aderecistas, maquilhadores, técnicos de som e luz, fotógrafos…) e materiais.